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Rei Arthur: A Lenda da Espada | Crítica

Guy Ritchie traz o seu olhar e sua dinâmica cinematográfica para Camelot. O diretor inglês coloca Charlie Hunnam e Jude Law como os pilares de sustentação de sua história, que reconta a clássica jornada do Rei Arthur (Hunnam) até seu trono, antes usurpado por seu tio Vortigern (Law). A recriação desse universo, popularizado anteriormente pelo clássico best seller As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, é proposta de maneira totalmente hiperbólica. Prepare-se para uma explosão de recursos visuais e a garantia de que as lutas de espadas são muito além do que você já viu no cinema.

Charlie Hunnam é o Rei Arthur de Guy Ritchie. Créditos: Daniel Smith/WarnerBros

Assim como já vimos em Snatch: Porcos e Diamantes e Sherlock Holmes, entre outros de seus filmes, Guy Ritchie abusa de um roteiro que vai e volta para tornar seu produto atrativo. As vezes funciona muito bem, outras vezes, nem tanto. Em Rei Arthur: A Lenda da Espada, o ritmo começa alucinante, divertido e até certo ponto engraçado, mas aos poucos, o esmero vai se perdendo. Arthur é criado em um bordel e aprende desde cedo que deve sua vida ao local e as pessoas que o criaram. Vira uma dívida de honra. Ali, ao mesmo tempo, foi onde ele aprendeu as agruras da vida, entre elas, saber apanhar e saber brigar. Somente em sonhos ele imagina ter o sangue real. Mas torna-se uma espécie de protetor do local.

Após o prólogo que introduz a criação de Arthur e a história de seu pai, o rei Uther Pendragon (Eric Bana), que é assassinado pelo irmão Vortigern, a lendária espada Excalibur acaba afundando e por muito tempo fica escondida submersa. E por aqui temos cenas dignas de épicos como O Senhor dos Anéis e O Hobbit, com Ritchie recriando elefantes gigantes dominados por magos, explosões, entre outros efeitos. O pacto feito pelo novo rei demonstra também seu caráter e o quanto está disposto a pagar pelo poder. Um preço doloroso e que vai ser lembrado no futuro.

Jude Law invoca os poderes hiperbólicos que lhe foram concedidos por Guy Ritchie Créditos: Daniel Smith/WarnerBros

A partir daí, somos entregues ao que está escrito. Ou quase isso. Afinal, aqui temos outra história. Arthur é o designado para erguer Excalibur, que emerge de onde havia sido perdida, sem grandes explicações. Sabendo que o rei de nascença poderia aparecer, todos começam a ser levados até a espada para tentar retirá-la das rochas. Ela só será de Vortigern se o verdadeiro herdeiro estiver morto. E aqui, uma surpresa, o fiscal da fila é Trigger, interpretado pelo ex-jogador David Beckham. Nada estranho para uma produção de Guy Ritchie, onde os ingleses normalmente tem espaços privilegiados (o clássico bairrismo). Obviamente Arthur empunha a espada para desespero de seu tio.

Jogando em outros campos: David Beckham é Trigger. Créditos: Daniel Smith/WarnerBros

Aqui começa a caçada pelo reinado. Em diferentes momentos, Arhur e Vortigern estarão em conflito. Mas não espere ver nesse meio tempo Merlin e todos cavaleiros da távola redonda. Isso talvez fique para uma próxima aventura. E é daqui em diante que o filme vai decaindo. Apenas como história, pois como efeitos especiais, temos poderes ampliados e uma Excalibur capaz de fazer outras espadas laser do cinema ficarem com inveja. Como premiação, a derradeira batalha lembra um “final boss” digno das grandes produções de videogame. O final, você já deve imaginar. Mas o que interessa mesmo é que o filme vale a pipoca. E claro, agora é esperar pela távola completa.

Veredito da Vigilia

2 comentários sobre “Rei Arthur: A Lenda da Espada | Crítica

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