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Rambo: Até o Fim | Crítica

Poucas coisas são mais simbólicas entre os filmes de ação dos anos 80 do que Rambo. E o personagem imortalizado por Sylvester Stallone e criado pelo autor David Morrell voltou para quem sabe seu último suspiro antes da aposentadoria total com Rambo: Até o Fim. No original, essa simbologia de despedida faz mais sentido com o título Rambo: Last Blood, já que o primeiro, lá de 1982, era Rambo: First Blood, adaptado para o Brasil como Rambo: Programado para Matar. É claro, estamos desconsiderando totalmente o remake indiano que deve chegar aos cinemas em 2020. Bollywood que nos aguarde. E o último capítulo da saga de John Rambo chega aos cinemas de todo o Brasil na quinta-feira, dia 19 de setembro, para deleite dos saudosos fãs de Sly e seu personagem atormentado pela guerra. Mas é preciso salientar logo de saída: podia ser bem melhor.

Na verdade Rambo: Até o Fim é castigado por uma produção pobre, com pouco esmero em filmagem, efeitos especiais e direção. Soma-se a isso um roteiro que tão somente copia tudo que já vimos em qualquer filme de ação com pegada anos 80 com aquele maniqueísmo que já passou de moda há 30 anos. A trama gira em torno de John Rambo, aposentado e criador de cavalos em um rancho na divisa entre o México e o Arizona, que vive com a “quase” filha Gabrielle (Yvette Monreal) e a sua avó. Movida por uma dúvida, ela passa os muros entre Estados Unidos e México atrás de seu verdadeiro pai, mas acaba sendo cooptada por uma grande quadrilha mexicana de tráfico de mulheres. Ou seja, mexeram com a quase filha de Rambo. Mexeram com o aposentado errado. E assim, basicamente com motivador da vingança (sem dar muitos spoilers), veremos o duelo entre Rambo e a quadrilha mexicana por alguns bons momentos em tela. 

Não mexa com Rambo, principalmente depois de sua aposentadoria.

Mesmo com a possibilidade de assistir a um filme de ação sem grandes preocupações com história, personagens ou o que for, Rambo: Até o Fim infelizmente não entrega uma grande honra a tudo que o personagem já foi um dia. O pior disso é que sabemos que um filme de ação nessa linha pode sim ser mais atrativo, tal qual como John Wick fez com sua recente trilogia. E mesmo que entregue uma violência visceral – sim vemos Rambo passando a faca geral do início ao fim – ela acaba não sendo tão bem coreografada, seja pela limitação de Sly, com seus 73 anos, ou seja pelos roteiristas e diretor pouco inventivos. A melhor parte é claro, é ver que o nosso bom e velho John Rambo ainda sabe e muito fazer as suas armadilhas. Desta vez, o cenário é diferente. Sai a selva, entra o rancho do Arizona, seu casarão e seus túneis escondidos. Em seu terço final, temos basicamente um Esqueceram de Mim violento e para maiores de 18. O deleite fica para o final, quando além de um verdadeiro FATALITY (entendedores entenderão), ainda temos uma homenagem final ao personagem. Vale ficar até depois do final dos primeiros créditos.

E assim, depois de uma hora e 29 minutos de puro escapismo, fica aquele gostinho de que poderia ser um final mais honroso se caísse nas mãos uma produção mais caprichosa.

A Vigília Recomenda, porque afinal, é o último sangue de Rambo. É Rambo: Até o Fim.

Veredito da Vigilia

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