Romance adolescente? O Sol também é uma estrela | Crítica
É romance adolescente que você quer? É romance adolescente que você vai ter! Dirigido por Ry Russo-Young, que também trabalhou nas séries Everything Sucks e Manto e Adaga, e com o casal de protagonistas formado por Yara Shahidi (Pé Pequeno, 2018) e Charles Melton (Riverdale, 2018), “O Sol também é uma Estrela” chega aos cinemas de todo o Brasil em 16 de maio e você precisa ficar ligado.
A adaptação do best-seller de mesmo nome escrito por Nicola Yoon traz aquele padrão de romance “água com açúcar” que a gente já conhece – e que é uma fórmula que dá certo há muito tempo – com alguns detalhes diferentes. O filme é basicamente todo conduzido pelo casal principal, Natasha (Yara) e Daniel (Charles). Enquanto Natasha só tem mais uma dia antes de ser deportada para a Jamaica com sua família, Daniel está no meio de um processo para conseguir uma importante carta de indicação que vai facilitar sua entrada na faculdade de medicina.
Todo o grande plot é que ambos se encontram por coincidência (mesmo que Daniel negue isso de pé junto e diga que isso é culpa do destino) e eles só tem aquele “um dia” para aproveitar. Natasha é cética sobre a vida, calculista e muito baseada em dados, enquanto Daniel é um jovem poeta que acredita no amor e nas coisas do destino. Completos opostos.
Essa é a parte bem romance adolescente e “romance água com açúcar” do filme. Nada nessa parte é nova. Sim, eles são adolescentes. Eles tentam viver um amor em 24 horas. Esse plot já foi trabalho de outras maneiras em outros filmes e livros? Sim. Ele dá menos certo? Provavelmente, não. Tudo é muito intenso e faz pouco sentido, para ser sincera, mas também, não precisa fazer sentido. É um romance adolescente e não um documentário da BBC.
Uma das partes muito interessantes é o fato de que o casal principal é formado por uma menina negra e um menino asiático. Isso foge completamente do padrão do romance adolescente que era produzido, por exemplo, nos anos 2000, como “A nova Cinderela” (2004), que é um “conto de fadas moderno”, mas continua com um casal bem dentro dos padrões tradicionais. Yara e Charles desenvolvem papéis muito bons e ficam muito bonitos juntos.
Outro detalhe é a crítica social que o filme traz. Daniel vem de uma família coreana que vive nos Estados Unidos e tem toda uma pressão estrutural para de uma maneira, conquistar algo e agir de uma forma exata. Natasha está lutando, assim como milhares de outras famílias, para não ser deportada e ver o sonho americano chegar ao fim. Racismo, pressão social, imigração… Tudo isso e esse é um romance adolescente, pode acreditar.
Vendo que tudo isso tem que caber em 100 minutos de filme… É muita coisa. Várias situações de “O Sol também é uma Estrela” não seriam aplicáveis de maneira alguma na vida real (porque, provavelmente, a menina chamaria a polícia contra Daniel. Ele é bem intenso, às vezes dá um pouco de medo, desconforto quase sempre) e quando você se dá conta de que tudo aquilo foi em apenas 24 horas é meio chocante também. Porém, é um filme leve e para quem gosta do gênero, pode ser um prato cheio! A Vigília recomenda!