O Grinch: o primeiro jingle bells do ano | Crítica
Olá, bem-vindos ao meu TED Talk. Hoje vamos falar sobre um dos melhores filmes de Natal: O Grinch. Voltando com uma roupagem completamente nova, O Grinch chega aos cinemas de todo o Brasil dia 8 de novembro, agora em forma de animação! Dirigido por Yarrow Cheney (Pet – A vida Secreta dos Bichos, 2016), o longa baseado na obra do autor americano Dr. Seuss vem com uma vibe muito mais infantil que a primeira adaptação dos anos 2000.
É importante que não façamos tantas comparações entre os filmes, por diversas razões. A principal delas é justamente pela época de lançamento. O Grinch dos anos 2000 tem um humor muito mais ácido e adulto, enquanto a animação de 2018 vem para conquistar o público infantil, trazendo piadas leves, um pouco de comédia pastelão e toda uma onda de “fábula com uma moral no final”.
O Grinch é baseado no livro homônimo que conta a história de um Quem diferente, rabugento, que não vive na Quemlândia (se você já se perdeu, sugiro duas saídas: 1) ler os livros escritos por Dr. Seuss, são ótimos, divertidos e rimados ou 2) assistir as outras adaptações das obras para o cinema, como Horton e o Mundo dos Quem), mas sim isolado em uma montanha e que, por algum motivo, odeia o Natal. E, exatamente por isso, o Grinch decide que a melhor coisa a fazer com toda essa raiva é roubar o Natal de todo mundo. Em contraponto a toda essa amargura, acompanhamos Cindy Lou, uma menina Quem que está desesperada para poder falar pessoalmente com o Papai Noel e pedir um desejo secreto.
Para os adultos que já estão mais familiarizados com a história original, o roteiro pode ser o ponto fraco da animação. Há uma necessidade de chamar a atenção dos pequenos e tentar não causar medo, deixando o Grinch como uma figura caricata e não maldosa. Porém, ao fazer isso, a mudança apaga uma grande parte da história original, deixando o filme quase leve demais.
Nessa adaptação temos a ótima adição de Max, um cachorro super inteligente e engraçado que acompanha o Grinch durante todo o filme, e do Fred, uma rena gorda que ama carinho. Aliando a parte fofa da história com o trabalho inacreditável feito pela animação para a criação de cada espaço e cada cenário, o longa se torna uma experiência nostálgica muito gratificante.
Um ponto super pessoal sobre a animação: O Grinch traz uma das melhores cenas de contraposição de cor de acordo com o ambiente que já vi. Quando Grinch decide finalmente roubar o Natal, toda a cena fica vermelha e só conseguimos ver sua silhueta através da única janela da sua caverna, enquanto a câmera se afasta do foco central, deixando a montanha toda com apenas um ponto vermelho e o corpo do Grinch. Pra mim, essa cena é tão bem feita quanto a parte em O Rei Leão em que as hienas marcham em frente a Scar depois de sua decisão de tomar o trono do rei. Ambas fazem um uso incrível de contraposição de cor e sombras para mostrar um ponto de conversão na história. Eu poderia ser o Maurílio falando no Choque de Cultura, mas é só uma dica para vocês ficarem ligados!
Ainda na parte técnica, Lázaro Ramos (Mundo Cão, 2016) é o responsável por dar vida ao personagem principal em português e cumpre sua tarefa. Inclusive, a adaptação do roteiro trouxe gírias antigas e bem coloquiais brasileiras, deixando os diálogos ainda mais divertidos. No original, o trabalho é feito por Benedict Cumberbatch (Dr. Estranho, Vingadores: Guerra Infinita)
Chame a família e aproveite a 1h30 de filme que O Grinch oferece. A Vigília recomenda!