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O Dia do Atentado | Crítica

O maior atentado sofrido nos Estados Unidos após o 11 de setembro virou filme. O Dia do Atentado traz uma história baseada em fatos reais, mesclando ficção e realidade para reconstruir as explosões (e suas consequências) na Maratona de Boston, em 2013. Seguindo a cartilha do patriotismo norte-americano, o filme vende a luta do bem o contra o mal, o amor contra o ódio, supervalorizando a cidadania e o orgulho populista do país. Apesar disso, é uma história bem contada, com capricho e ótimo uso dos materiais reais coletados da investigação que levou a morte de um, e a prisão de outro, dos dois autores do atentado.

Dirigido por Peter Berg, diretor calejado na função patriota, o longa conta a história da explosão por diferentes vítimas, sobreviventes ou não, mas principalmente pelo trabalho do sargento de polícia Tommy Saunders (vivido por Mark Wahlberg). Em paralelo, mostra também o papel de cada entidade na investigação, mostrando muitos políticos, e é claro, a ação dos dois jovens que deixou mais de 200 pessoas feridas e três mortos. Ao todo foram 102 horas que movimentaram Boston entre a explosão das bombas e o desfecho do caso. Nesse período, a cidade sofreu com uma quase lei marcial, tendo seu espaço aéreo restringido e orientação de que, enquanto as buscas não terminassem, todos tivessem que ficar trancados em casa. Kevin Bacon faz o papel de Agente Especial, Richard Deslauriers, e John Goodman vive o comissário de polícia Ed Davis. Completa o time que interferiu diretamente no caso o sargento Jeffrey Pugliese, interpretado por JK Simmons.

A história flui e é contada de forma dinâmica, apresentando vítimas e envolvidos. Nota-se também a busca e apelo pelo lado sentimental do público, mostrando envolvimentos amorosos e planejamentos de futuro de algumas das vítimas que acabaram sendo abreviados. Mas esse não é ponto alto do filme. A ação e o ritmo são o diferencial, até certo ponto. Isso porque no final somos expostos ao que há de mais escancarado de propaganda populista e patriótica. É como diz o ditado popular, a diferença para o veneno e o remédio está na dose, e no desfecho parece que ela fica exagerada. São colocados muitos depoimentos, muitas situações e histórias de superação. Ficou um pouco apelativo. Outra coisa que dizem por aí é que a cabeça pensa onde os pés pisam. E talvez isso influencie também nessa análise. O longa deve funcionar muito bem para os norte-americanos, sobretudo os moradores de Boston.

Veredito da Vigilia

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