My Little Pony: O Filme | Crítica
As criaturas mais fofinhas que você respeita chegam aos cinemas dia 5 de outubro, e com direito a muito brilho, colorido e ‘amorzinhos’
Um show de fofura na telona. E tudo na medida certa! My Little Pony: O Filme consegue entregar magistralmente uma obra que vai cativar a todos. Antes de mais nada, temos que dar os créditos para os envolvidos: Jayson Thiessen (diretor), Meghan McCarthy, Rita Hsiao e Michael Vogel (roteiristas). Eles são os responsáveis por um filme sem erros. Explosão de arco-íris. É isso que você vai ter.
A animação é uma produção que mescla muita música em sua história. Mas não é um musical clássico. As canções têm seu devido espaço, sem preencher a maioria do tempo. São pelo menos oito canções, incluindo a dos créditos, sendo três delas mantidas no idioma original (Inglês) – essas interpretadas pela artista Sia. O fato de não terem dublado as canções da Sia tem dois lados: um de lamento porque é um filme feito para crianças e esse público não entenderá a letra dessas três inserções, e em um musical a letra da música importa muito; outro de felicidade por poder ouvir no original a voz da Sia, que se destaca na interpretação e cativa ainda mais.
A dublagem está excelente, e mesmo o personagem mais caricato (o vilão) não soa forçado. É legal ver que tanto no elenco original como no elenco brasileiro foram escolhidos atores que também são cantores, dando prazer em acompanhar as ótimas músicas. As letras, como era de se esperar, sintetizam as mensagens presentes nas cenas e aproximam os espectadores ao filme. Ele é educativo, ensinando valores essenciais na socialização, agregando leveza e carinho no enfrentamento de dificuldades.
As personagens aprendem o poder da união. O abraço é valorizado, o amor em forma de amizade é exaltado. Temos a base de todas as relações em como se tratam umas às outras e no respeito mútuo que nasce também de admiração. A convivência leva a enxergarem-se para além das aparências, trazendo o potencial de cada um e enfatizando que ninguém é bom em tudo. Unir forças leva ao crescimento. O enredo abraça o poder da amizade ao longo dos 99 minutos de filme. Olhando assim, pode parecer um filme longo, mas não é. Ele é todo tão bem elaborado e não se demora em nada além do necessário. Há drama bem desenvolvido, há superação e há reviravoltas na formação das personalidades, que amadurecerem com os processos envolvidos na trama. E tudo sempre mantendo o espectador interessado a cada conexão. E vale destacar que há boas tiradas cômicas e trocadilhos nos diálogos.
O filme é inspirado na série animada de TV homônima, que por sua vez é baseada nos brinquedos. O traço é bem característico, tal como o da TV. Em tempos de live-action e CGI, esse filme vem pra mostrar como falar para as crianças com lições, sem ser chato de certinho ou politicamente incorreto. A história se passa em Equestria, lar dos pôneis. Lá vivem quatro princesas que dão equilíbrio ao universo: uma da lua, uma do sol, uma de aura e uma da amizade. Esse lugar de paz foi dominado por uma pônei a mando do rei (que é pra ser um Abominável Homem das Neves, só que parece apenas um macaco). Eles subjugam a todos os seres. Há pôneis alados, unicórnios, dragões, hipogrifos, outros pássaros, gatos e várias criaturas não identificadas em específico. Os vilões querem os poderes das princesas para armarem um cajado que dará ao rei superpoderes. E conseguem prender três delas. Mas a da amizade foge com a ajuda de seus melhores amigos – juntos, eles formam uma espécie de esquadrão que parte em busca de um meio para derrotar o rei e restaurar a harmonia.
O caminho é duro. O filme ensina que as dificuldades fazem parte da vida. Não precisamos enfrentá-las sozinhos, com amigos as coisas ficam mais fáceis. Mesmo as ações mais simples fortalecem o todo e o pouquinho se transforma em muito. A amizade nos engrandece profundamente. E isso se vê de uma maneira tranquila e muito fofinha (como é enfatizado em vários momentos do filme), e não menos séria. Vale muito conferir – principalmente se você tem uma criança para levar junto. A Vigília recomenda!
Assista o trailer: