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Jorge Furtado receberá o Troféu Eduardo Abelin no Festival de Cinema de Gramado

Jorge Furtado é um dos grandes nomes do cinema gaúcho. Em 2024, o diretor e roteirista completa 65 anos de idade e 40 de carreira. Para celebrar, o Festival de Gramado concederá o Trofeu Eduardo Abelin ao cineasta em sua 52ª edição.

O Troféu Eduardo Abelin é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro. A honraria leva o nome de um dos pioneiros do cinema gaúcho, o diretor Eduardo Abelin. O cineasta Carlos Reichenbach foi o primeiro a receber a honraria, em 2001. Juntam-se a ele nomes como Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Carla Camurati e Laís Bodanzky.

Em 2024, o troféu será entregue no dia 16 de agosto, durante a programação do 52º Festival de Cinema de Gramado, que ocorre entre os dias 9 e 17. Após a entrega do troféu Eduardo Abelin a Jorge Furtado, a programação do Festival de Gramado contará com a estreia mundial da nova produção da Casa de Cinema de Porto Alegre em coprodução com a Globo Filmes, em exibição hors concours. Virginia e Adelaide tem roteiro assinado por Jorge Furtado, que divide a direção com Yasmin Thayná.

O longa-metragem narra, parte em linguagem ficcional e outra parte documental, o encontro entre duas mulheres emblemáticas: Virgínia Leone Bicudo e Adelaide Koch. Virgínia foi a primeira pessoa a fazer psicanálise e a primeira psicanalista formada no Brasil, além de uma das primeiras professoras universitárias negras. Adelaide, mulher judia e psicanalista formada por um discípulo direto de Freud, veio para o Brasil em fuga do regime nazista na Alemanha. As duas se conheceram em agosto de 1937, em São Paulo, e, juntas, revolucionaram os estudos da psicanálise, abrindo espaço para as que vieram depois.

O elenco é composto pelas atrizes Gabriela Correa e Sophie Charlotte. O filme conta com produção de Nora Goulart, direção de fotografia de Lívia Pasqual, direção de arte de Vanessa Rodrigues e Richard Tavares, montagem de Giba Assis Brasil e distribuição da H2O Filmes.

Vida e obra de Jorge Furtado

O porto-alegrense cruzou os caminhos da medicina, psicologia, jornalismo e artes plásticas, mas quis o destino que se tornasse um dos mais emblemáticos diretores, roteiristas e produtores do audiovisual brasileiro. Mesclando linguagens documental e ficcional, criou obras sensíveis que trazem dilemas brasileiros em uma linguagem universal, capazes de capturar sensações e perturbações de qualquer espectador.

Começou sua carreira profissional na televisão, ainda na década de 1980. Em 1987, foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, um dos mais importantes núcleos de produção de filmes do país, a qual integra até hoje. Nas telonas, dirigiu marcos do cinema produzido no Rio Grande do Sul e se tornou conhecido como realizador de alguns dos melhores curtas do cinema nacional, como “O dia em que Dorival encarou a guarda” (1986), “Barbosa” (1988) e, principalmente, “Ilha das Flores” (1989), com os quais recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, inclusive no Festival de Berlim. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Abraccine, classificou o simbólico filme como o melhor curta-metragem brasileiro de todos os tempos.

Com a virada do milênio, estreia como diretor de longas-metragens em “Houve uma vez dois verões” (2002). Com seu segundo longa, “O Homem que Copiava”, chega ao grande público, levando mais de 600 mil espectadores aos cinemas. Por esse, recebeu diversos prêmios, incluindo o de melhor filme nacional no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2003. Furtado marcou carreira com a direção de longas e programas especiais na televisão, que abriram novos caminhos e discussões em torno do audiovisual brasileiro.

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