Honor Society é uma Sessão da Tarde como poucas
Tem filmes que não adianta. A gente bate o olho e já coloca um carimbo. No caso de Honor Society, é um daqueles que fica difícil não simpatizar. Ao terminar o filme foi inevitável pensar que a produção do Paramount+ é uma típica Sessão da Tarde. Daquelas comédias adolescentes que poucas conseguem ser, reunindo carisma, uma história pouco óbvia e diversão garantida. O longa original estreia na sexta-feira, dia 16 de setembro, no próprio streaming da Paramount.
Dando o protagonismo para Angourie Rice (você deve lembrar dela como a Betty Brandt da nova franquia Homem-Aranha, ou mesmo da excelente série Mare of Easttown), o longa conta a história de Honor, uma menina cheia de talento e planos. O maior dela é fugir o quanto antes do High School e da província onde mora para entrar em Harvard. Eu disse o maior? Minto, na verdade é sua única e verdadeira obsessão. Para isso, ela vai precisar da recomendação do diretor da escola, o Sr. Calvin (interpretado pelo nosso eterno McLovin, o ator Christopher Mintz-Plasse) e terá que superar dois alunos tão talentosos quanto ela. E por isso, o filme é um grande plano infalível (será) para que ela tenha todas as condições de chegar até a indicação.
Só o fato de reunir Angourie e McLovin (nunca vou conseguir chamá-lo pelo nome), o filme já tem um trunfo. Mas, mais do que isso, ele ainda traz Gaten Matarazzo, nosso querido Dustin de Stranger Things, e um ótimo elenco de apoio. É um típico filme de escola, com os dois pés nesta segunda década dos anos 2000. Tal qual um Ferris Bueller, Honor logo de cara quebra a quarta parede e nos situa dentro de seu universo. Com boas piadas, ótimas referências da cultura pop e um visual que consegue casar grafismos com seus cenários (algo parecido com o que vimos em Ms. Marvel), o filme dirigido pela israelense Oran Zegman parece feito sob-medida, contido em si mesmo e com boas viradas de roteiro, que é assinado por David A. Goodman (Uma Família da Pesada, The Orville, Futurama). Até mesmo um número musical faz com que a mistura toda funcione muito bem.
Acompanhar o plano maquiavélico de Honor é fluído e Angourie Rice provou que realmente estava merecendo um filme para chamar de seu. Aparentemente fadada ao sucesso deste plano, é quando ele sai de rota que o longa ganha força, envolvendo colegas, interesses amorosos surpreendentes e algumas lições interessantes para diferentes personagens. Situações clássicas de um bom filme adolescente com aquela lição de moral. Afinal, valorizar a amizade e dar voz ao que realmente somos, sem querer mascarar ou disfarçar nossas principais características, sempre será assunto no High School. É onde os jovens estão buscando se encontrar. Dos filmes da nova geração, coloco Honor Society como uma boa sessão da tarde, assim como fiz anos atrás com Moxie (da Netflix).