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Homem-Aranha no Aranhaverso: diversão pura

Já era de se imaginar baseado nos trailers que Homem-Aranha no Aranhaverso seria um deleite visual. E realmente é. Mas não é só isso. O projeto da Sony, em associação com a Marvel, é a melhor animação de um herói da Marvel já feito em 80 anos de editora desde a Timely Comics. Quesito esse, que tradicionalmente era vencido pelos heróis da Distinta Concorrência (DC Comics, que nadava a braçadas largas na frente). Pois bem. Talvez Homem-Aranha no Aranhaverso seja a verdadeira amostra de que os personagens da Casa das Ideias podem sim aparecer em versões animadas com todo o seu esplendor. De quebra, o filme produzido pela dupla Phil Lord e Christopher Miller, com direção de Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, também é uma conquista histórica das minorias, apresentando a nova versão do herói imortalizado por Stan Lee e Steve Ditko com o icônico Peter Parker. Me refiro a Miles Morales, introduzido nos quadrinhos em 2002, pelas mãos de Brian Michael Bendis, a desenhista Sara Pichelli e o editor-chefe Axel Alonso. A estreia de Miles Morales numa mídia tão grandiosa quanto o cinema tem uma gama de significados que transcendem a representação de um herói adolescente e com descendência hispânica, tal qual como tivemos em 2018 com Pantera Negra (a maior bilheteria do cinema nos Estados Unidos).

Pois bem, mas como sabemos (ou podemos imaginar), no Aranhaverso, o nosso amigo Miles não está sozinho. Junto com ele, uma série de aranhas de realidades alternativas entram no mesmo time para salvar o dia. Tudo graças ao projeto do vilão Rei do Crime/ Wilson Fisk (dublado no original por Liev Schreiber). Querendo reaver a família, ele coloca a sua melhor cientista, a Dra Octopus – outra surpresa nesse novo mundo para os fãs mais crescidinhos – dublada por Kathryn Hahn, para por em ação uma máquina que pode juntar diferentes realidades. Mas é claro, isso não pode dar certo. Para regular as linhas alternativas de mundo e salvar vidas, Miles vai ter a companhia de diferentes Homens-Aranhas. E a apresentação de cada um deles é sensacional. Porém, a reunião só é possível graças ao fracasso e uma perda que pode fazer o fã mais hard chorar no cinema. Mas ok, sem spoilers pra vocês. Portanto, Miles recebe a ajuda de Peter B. Parker (voz de Jake Johnson), Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage), Gwen Stacy/Gwen-Aranha (Hailee Steinfeld, de Bumblebee), Porco-Aranha (John Mulaney) e a oriental Peni Parker, com seu robô gigante, estilo anime (Kimiko Glenn).

Peni Parker, Gwen-Aranha, Porco-Aranha, Miles Morales, Homem-Aranha e Homem-Aranha Noir, ou só resumindo: Homem-Aranha.

Com algumas alterações em relação a origem dos quadrinhos, vemos que o estudante Miles também recebe seus poderes por meio de uma aranha modificada. Mas ele possui alguns dons diferentes, como a invisibilidade (camuflagem) e alguns choques (estilo ferroadas). E como tudo cerca o jovem, temos ao mesmo tempo muito humor, novas realidades estudantis e as clássicas descobertas de seus dons. E são nesses momentos que temos os grandes respiros de ação e comédia, na medida certa. Depois de estabelecidas as bases, personagens e missão, parece que o filme perde um pouco o fôlego, mas nada que possa lhe tirar essa grande experiência.

O Homem-Aranha de Miles Morales e seu visual incrível!

Realmente o maior trunfo de Homem-Aranha no Aranhaverso é o desenho estilizado e sua atitude gráfica, que mescla situações como balões e requadros e recordatórios dos quadrinhos com muita cor e noções de profundidade que beiram recursos em terceira dimensão. E claro, as referências são quase incontáveis. Mais uma tarefa para os fãs em reconhecerem a chuva de easter-eggs que vão aparecer em quase duas horas de filme. É uma forma de reconhecer, comemorar e relembrar os seus mais de 50 anos de criação. Acredite, será uma viagem inovadora, e ao mesmo tempo nostálgica. Até disco de Natal o personagem já estampou.

O sentido de Aranha não falha: temos três aracnídeos nessa foto!

Além da diversão, outro momento emocional é quando temos a certeira homenagem a Stan Lee e Steve Ditko (ambos faleceram em 2018) e já estão imortalizados na história dos quadrinhos e da cultura pop. E nem precisamos falar, você precisa ficar no cinema até o final de todos os créditos.

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Veredito da Vigilia


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