Dia do Jornalista: os melhores filmes sobre Jornalismo
Dia 7 de abril é celebrado o Dia do Jornalista. E nós sabemos que Jornalismo, História e Cinema estão intrinsecamente ligados. Não há como negar. Em uma espécie de triângulo infinito, um vai abastecendo o outro, contando histórias reais, dramas e fatos incríveis que já foram noticiados em diferentes épocas. Você já imaginou um mundo sem jornalismo? Sem saber que uma pandemia estava chegado? Sem saber que sua vida estaria em risco? Pois é, o Jornalismo é uma ferramenta essencial em nossas vidas, e cada vez mais se reinventa com o volume de informações geradas no dia-a-dia.
Por isso, resolvemos elencar grandes filmes que trazem o Jornalismo para a trama central.
Entre ganhadores do Oscar, comédias, clássicos e até filmes com viagem no tempo, aqui estão grandes obras da Sétima Arte aliadas ao Jornalismo, seja ele fantasioso ou real.
Confira!
The Post: A Guerra Secreta (Steven Spielberg, 2017)
Spielberg fez questão de debater a liberdade de imprensa na consagrada Primeira Emenda dos Estados Unidos. E na trama em que ele reúne Tom Hanks e Meryl Streep, já poderíamos prever coisas boas. O filme conta a história dos chamados “Pentagon Papers” e a mentira que cruzou quatro gerações de presidentes, que mantinham a guerra no Vietnã com pretextos espúrios. Graças a coragem do The Post, que deu continuidade à matérias censuradas pelo governo norte-americano que estavam sendo exploradas pelo New York Times, tivemos acesso a uma das maiores quebras de paradigmas a partir do Jornalismo. Foi o fenômeno que antecedeu também o caso Watergate, assunto de nosso próximo filme. The Post: A Guerra Secreta concorreu ao Oscar nas categorias Melhor Filme e Melhor Atriz (Meryl Streep).
Todos os Homens do Presidente (Alan J. Pakula, 1976)
Um grande clássico do cinema… e também do Jornalismo. Com roteiro baseado no livro homônimo, de 1974, escrito pelos jornalistas envolvidos no caso Bob Woodward e Carl Bernstein. Interpretados por Dustin Hoffman e Robert Redford, novamente do The Washington Post, eles publicam uma série de matérias e detalhes do escândalo de espionagem e lavagem de dinheiro que culminou na renúncia do então presidente Richard Nixon. O longa ganhou quatro Oscar, sendo para Melhor Ator Coadjuvante (Jason Robards), Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado, além de ter sido indicado também nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Jane Alexander) e Melhor Edição.
O Jornal (Ron Howard, 1994)
Um grande diretor e um grande elenco. O filme, no entanto, é a pérola do cinema dos anos 90. Michael Keaton trabalha em um tabloide em Nova Iorque e se vê no clássico conflito profissional de um possível furo jornalístico enquanto sua vida pessoal entra em divergência com o trabalho. Sua esposa é Marisa Tomei (ela mesma!), o dono do jornal é Jason Robards (você leu o nome dele no tópico acima), sua rival é Glenn Close (A Esposa) e seu antigo chefe era Robert Duvall. A diferença é o tom. Como a maioria das coisas dos anos 90, aqui é um pouco mais colorido e mais cômico.
O Grande Furo (Woody Allen, 2006)
Ok, talvez jornalismo não seja o grande forte aqui, mas estamos falando de um filme de Woody Allen, então tá valendo. Nele, a estudante de jornalismo (Scarlett Johansson) descobre uma pista sobre um serial killer. Ela segue seus instintos de “foca” (gíria jornalística para os jovens repórteres) e acaba se apaixonando pelo vilão (Hugh Jackman). Um filme típico de Woody Allen.
A Montanha dos Sete Abutres (Billy Wilder, 1951)
Esse é pros fortes e traz ninguém menos que Kirk Douglas (Spartacus, 1960), o pai de Michael Douglas, no papel principal. Ele é o repórter Chuck Tatum, que chega para trabalhar em um jornal local no Novo México. Sem grandes histórias, ele utiliza de técnicas inescrupulosas para contar histórias “sensacionais” em seu jornal a partir de um acidente em uma mina. Um clássico que serve até hoje para os estudantes de jornalismo. Um filme imperdível.
Spotlight: segredos revelados (Tom McCarthy, 2015)
Outro vencedor do Oscar. Levou Melhor Filme e Roteiro Original. Aqui a grande ousadia está em desvendar acontecimentos obscuros envolvendo a Igreja Católica. O jornal em questão é o The Boston Globe, que investiga casos de abuso e pedofilia. A investigação (e as reportagens), além de render o filme, também levou o Prêmio Pulitzer de Serviço Público em 2003. No elenco temos Mark Ruffalo (Vingadores, Thor: Ragnarok), Rachel McAdams (Doutor Estranho), Michael Keaton (sempre nos jornais esse cara!) e Liev Schreiber.
O Abutre (Dan Gilroy, 2014)
Este talvez seja o mais acessível. Está no catálogo da Netflix. Mostra o que acontece quando qualquer um pode achar que é jornalista. Ou seja, uma sequência de amadorismos, desastres e a busca por lucro a partir do sofrimento das pessoas. E claro, tudo possível graças a um editor (Rene Russo) tão abutre quanto o rapaz (Jake Gyllenhaal) que busca ganhar dinheiro até mesmo alterando corpos e pessoas em acidentes e homicídios. Uma aula sobre o que não fazer na profissão.
Boa Noite e Boa Sorte (George Clooney, 2005)
Desde seu início como diretor, George Clooney, já causava uma boa impressão. Seu último trabalho “Suburbicon – Bem-vindo ao Paraíso” é ótimo. E em sua segunda empreitada atrás das câmeras já nos presenteou com Boa Noite e Boa Sorte. O título faz alusão ao bordão usado pelo âncora de TV Edward R. Morrow (David Strathairn) e a história mostra a luta do senador Joseph McCarthy que buscava supostos “comunistas” infiltrados nos Estados Unidos. Após usar seu programa para mostrar e tentar elucidar a questão, Morrow acaba sendo perseguido pelo político, que realmente faz jogo sujo. É uma trama de diálogos pela TV. No elenco, além do próprio Clooney temos Robert Downey Jr., Frank Langella, Jeff Daniels, Patricia Clarkson e David Strathairn.
Quase Famosos (Cameron Crowe, 2000)
Um deleite para quem gosta de música e jornalismo (mais cultural, no caso). Cameron Crowe escreve e dirige um longa fácil de assistir e que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original. A história é o que todo estudante de jornalismo dos anos 70 gostaria: ter a chance de escrever para a Rolling Stone e de quebra acompanhar uma turnê quase completa de uma das maiores bandas da época. Ah, a história é quase autoral, muitas coisas e histórias contadas foram anotadas pelo próprio Crowe, que praticamente era o personagem principal William Miller (Patrick Fugit). Na época ele excursionou com o Led Zeppelin e outras bandas clássicas, ou seja, muitas das histórias loucas (e hilárias) que se passam no filme realmente aconteceram (com aquela dramatizada, é claro). Filmaço.
Frost/Nixon (Ron Howard, 2011)
Mais um pra conta de Ron Howard. Agora saímos do showbizz e entramos novamente na política. E novamente no escândalo clássico de Watergate, com a dramatização da peça de Peter Morgan (A Rainha e criador da série The Crown) que ilustra a entrevista do ex-presidente Richard Nixon ao jornalista inglês David Frost, fato que teria culminado na quase admissão de culpa do ex-líder dos Estados Unidos. No elenco temos novamente Frank Langella (Nixon) e Michael Sheen (Frost), Sam Rockwell e Kevin Bacon.
O Âncora (Adam McKay, 2004)
Achou que não ia ter comédia pastelão por aqui? Achou errado (INGA, Rogerinho). Will Ferrell faz o que mais gosta, com os amigos que mais gosta. Tira onda de tudo e de todos, e claro, do nosso Jornalismo, que é estereotipado ao máximo em toda e qualquer ocasião. Entram na bagunça Christina Applegate, Steve Carell, Paul Rudd e David Koechner. É outro que vale para saber o que não fazer na carreira de um eventual apresentador de TV. A direção é de Adam McKay, do ótimo Vice.
Feitiço do Tempo (Harold Ramis, 1993)
Clássico de viagem no tempo e das Sessões da Tarde da vida. O “homem-do-tempo” Phil (Bill Murray) vai fazer a cobertura do dia mais legal de todos: O Dia da Marmota, que é quando uma marmota sai da toca e diz como será a previsão do tempo para a próxima estação. Mas alguma coisa dá errada e ele passa a viver o mesmo dia repetidas e repetidas vezes. Um clássico. O jornalismo fica por conta da profissão de Bill Murray. O suficiente para figurar nesta lista (e nesta também).
O Quarto Poder (Costa-Gravas, 1997)
O nome faz alusão ao poder que a mídia, ou o jornalismo, possui na sociedade, em um comparativo aos demais poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário). E na maioria das vezes é com esse poder que a comunicação possui, que uma infinidade de coisas são divulgadas e enfiadas goela abaixo de muitas e muitas nações. E esse poder é colocado em discussão quando um jornalista usa um fato acidental para se auto-promover. No elenco John Travolta e Dustin Hoffmann e o clássico jogo de audiência x sensacionalismo x verdade.
O quinto poder (Bill Condon, 2013)
Nada mais justo do que, depois do Quarto Poder, termos o Quinto, não é mesmo? É com a essência do título anterior que chegamos na história do fundador do polêmico site WikiLeaks, Julian Assange. A plataforma de denúncias anônimas já foi manchete em todo o mundo, principalmente por expor segredos de governos e crimes corporativos. O grau de influência acaba e o site torna-se quase mais importante que a mídia tradicional. O elenco é de responsabilidade: Benedict Cumberbatch, Daniel Brühl, Anthony Mackie, Alicia Vikander, Peter Capaldi, Carice Van Houten e Dan Stevens.
Filme-Bônus
O Mercado de Notícias (Jorge Furtado, 2014)
Por não se tratar de um filme, assim como os demais, fica como bonus. O Mercado de Notícias é um documentário do cineasta brasileiro Jorge Furtado, que como poucos consegue dramatizar a peça homônima (de Ben Johnson), passando a criar um paralelo com a história e fatos reais, intercalados por grandes depoimentos de jornalistas brasileiros e casos clássicos do nosso jornalismo e como e de onde pode ter surgido tanto radicalismo no nosso dia-a-dia da atualidade. Isso porque a imprensa, nem sempre segue seus preceitos, mas sim interesses políticos e comerciais. A Vigília Recomenda!