Faltam adjetivos para “Top Gun: Maverick”
Chegou a hora de falar de Top Gun: Maverick. Faltando exatos 221 dias para acabar o ano, eu escrevo com toda a certeza que esta será uma das melhores, se não a melhor, sessão de cinema de 2022. E nem preciso afunilar para o quesito cinemão blockbuster. Depois de 34 anos do original Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise acerta a mão como ator e produtor, sendo um dos principais responsáveis por este retorno. Orquestrado pelo diretor Joseph Kosinski (Tron: O Legado e Oblivion), o filme entrega tudo com grandiosidade, carinho, cuidado com o passado e com as doses exatas de emoção, aventura e dramaticidade. Do início ao fim do filme, que tem 2 horas e 11 minutos (de puro deleite, diga-se de passagem), você vai viver uma nova história enquanto relembra de uma época que com certeza marcou demais a sua vida. Mas ok, para o cinéfilo mais novo, não há problema algum, tudo acontece de maneira tão fluida e orgânica, que é possível identificar todo o primeiro filme mesmo sem ter jamais passado os olhos por ele. E com certeza, se você não o viu até agora, com certeza vai querer assistir depois de Top Gun: Maverick.
Além de toda a aura envolvida no nome Top Gun, o nome de Tom Cruise precisa sim ser enaltecido por aqui. Quer você goste ou não, o ator é um fenômeno enquanto profissional. Ele conduz a carreira com maestria, desconhecendo limites físicos do seu corpo, ao mesmo tempo em que sabe envelhecer com estilo. Não é a toa o que ele vem fazendo com a sequência de Missão: Impossível e todos seus outros projetos. Em Maverick ele reencarna o piloto ousado e condecorado Pete “Maverick” Mitchell, entregando todo o carisma e protagonismo que já conhecemos. Tudo isso regado a uma fotografia primorosa, takes de tirar o fôlego (e nem precisam ser os de quando os pilotos vão para a ação) e a pitada anos 80 que nunca vai sair de moda (pelo contrário, o cinema e a cultura pop sempre voltam para essa excelente década). É aquela coisa, Top Gun: Maverick transpira dedicação em todos os frames, deixando com que a gente saia do cinema de boca aberta e com a melhor sensação possível.
Dentro da história, está tudo lá, tal como em 1986. Os pilotos jovens e promissores. O pub onde a descontração se desenrola, a jaqueta de couro, o óculos aviador, a moto Ninja à beira do aeroporto (sai a Kawasaki GPZ 900 e entra a H2R), mas é claro, temos o mais importante que é um bom roteiro costurando presente e passado. A rebeldia de Maverick continua forte, e ao invés de ter um grande cargo na Marinha, ele continua “preso” às missões envolvendo os caças mais velozes do planeta. Mas, depois de mais um movimento ousado, ele começa uma aposentadoria forçada e é conduzido a professor. Na sua turma, é claro, temos o pedaço que dá toda a carga dramática entre os dois filmes: Rooster (Miles Teller) o filho de Goose (Anthony Edwards), que teve a carreira travada pelo próprio novo instrutor, que, como se já não bastasse, ainda carrega nos ombros certa culpa pela morte de seu antigo amigo.
Peças no tabuleiro, o deleite ainda garante fortes doses de nostalgia, risadas e emoção (se você é fã de Ases Indomáveis, recomendo levar um lencinho), pois há surpresas que até mesmo o mais assíduo cinéfilo poderá se engasgar (e não cabe falar nessa humilde crítica). Tudo muito respeitoso e sem exageros.
Prenda a respiração
Já mencionadas a excelente fotografia, as panorâmicas e as cenas incríveis com os aviões da Marinha, Top Gun: Maverick ainda tem tempo para o desfile sempre competente de Jennifer Connelly, como Penny, e entrega uma pequena história de guerra. A parte que se desconecta um pouco com o mundo real, mas necessária para enfim, termos o que imaginamos em um filme cheio de caças e aviões de combate: a ação. Nela, os pilotos escolhidos pelo novo professor precisarão bombardear uma usina onde um país “inimigo” conduz experimentos com armas de destruição em massa. E claro, os mocinhos norte-americanos precisam salvar o mundo.
No campo de batalha, tudo funciona da melhor forma (pelo menos para você que está na frente da maior tela possível). Kosinski conduz o espetáculo visual nos colocando dentro dos aviões e sentindo a força G na pele (por isso, precisa realmente ser a melhor tela). E por mais óbvia que pareça a história do início ao fim, ele ainda consegue nos surpreender. E para isso, ele se dá ao luxo de mesclar em Tom Cruise os dons de Pete “Maverick” Mitchell e Ethan Hunt (de Missão Impossível). Nada ofensivo, tudo a favor do cinema e da sensação boa que será assistir até o último minuto.
Faltou alguma coisa? Ah, sim, a trilha sonora é quase perfeita. Só faltou tocar o clássico “Take My Breath Away” da banda Berlin. Mas pode ter certeza que seu fôlegp já não será o mesmo ao final da sessão.
Imperdível!