Digimon Adventure: O reboot sem Fan Service | Primeiras impressões
Estreou no início de abril o reboot Digimon Adventure, releitura da primeira temporada do anime de 1999. O episódio que estreou no Japão, pôde ser conferido por fãs do mundo inteiro por meio do site Crunchyroll, que já fez isso com outras séries, caso de Saintia Shô, por exemplo.
Diferente do anime original, que prefere focar no primeiro episódio, onde os sete digiescolhidos são transportados de seu acampamento de verão para o Digimundo, e assim estabelecer o time de protagonistas, Digimon Adventure foca em um personagem por vez. No capítulo de estreia, temos Taichi (Tai para os Brasileiros) se preparando para ir ao tal acampamento (um dos poucos fan services da nova série, já que todos foram gastos na série Digimon Adventure Tri). Nem mesmo a conhecidíssima canção de abertura, Butterfly, que já ganhou inúmeras releituras, está presente, demonstrando a independência que a nova trama quer ter.
Por mais que esse episódio foque apenas em Taichi, temos a participação de Koshiro Izumi (Izzy na dublagem brasileira), que mora no mesmo prédio de nosso protagonista, demonstrando que a série quer criar laços de uma maneira diferente desta vez, ao invés de simplesmente dizer que elas estudam no mesmo colégio. Aqui, temos tempo do telespectador conhecer cada um dos personagens de Digimon antes de eles adentrarem no Digimundo e como suas características combinam com seus brasões (Taichi possui o da Coragem, elemento esse que é explorado durante todo o episódio).
Bom, mas vamos comparar brevemente a história dos episódios de estreia de cada uma das produções. Na história original, sete crianças que estão em um acampamento de verão são teleportadas para um mundo digital, no qual cada uma recebe um guardião Digimon. Os monstrinhos estão em sua forma de Treinamento, o segundo estágio na evolução depois que elas nascem. De repente, um besouro gigante (Kuwagamon) ataca os jovens, que são protegidos por seus Digimons. Contudo, o adversário se encontra em sua forma ‘Campeão’, o quarto estágio da evolução. Somente depois de todos os monstrinhos evoluírem para a forma de Novatos (terceiro estágio), e combinar um ataque, são capazes de conter parcialmente o besourão. Aqui vale um adendo. Kuwagamon aparece no primeiro dos seis filmes de Digimon Adventure Tri, sendo uma das tantas referências que falamos no texto, fazendo com que todas as grandes referências fossem gastas nessa hexalogia.
Na nova produção, Taichi descobre que alterações digitais estão fazendo com que tudo o que é eletrônico na cidade fique fora de controle. Com isso, o metrô no qual se encontram sua mãe e irmã Hikari (Karin no Brasil), que veríamos só da metade para o final na saga original, está prestes a colidir com outros trens. Junto de Koshiro – que assim como o personagem original, é um perito em tecnologia – partem para resgatá-las, mesmo sem saber como. Paralelamente a isso, temos um Koromon lutando contra outros digimons no Digimundo. Demonstrando uma coragem fora do comum, Taichi parte para os trilhos do metrô, mas antes disso é transportado para o local de batalha de Koromon.
Lá, os dois descobrem que se eliminarem os adversários, que são uma espécie de vírus de computador (cena ilustrada no anime com gráficos iguais aos do Tamagotchi, no qual a franquia Digimon foi inspirada – um legítimo Easter Egg) as divergências que estão ocorrendo na Terra serão resolvidas. Então, vemos os dois lutando lado a lado e o digimon evoluindo até chegar em sua forma Campeão, a de Greymon (coisa que só veríamos no segundo episódio na série original). Após a batalha, vencida por nossos heróis, vemos surgir Yamato (Matt por aqui) montado na garupa de seu digimon Garurumon, forma Campeã de Gabumon.
Ao apresentar um primeiro episódio focado em Taichi e Agumon (forma Novata de Koromon), passando por todas as suas evoluções até chegar em Greymon, bem como Hikari, parece que Digimon Adventure: buscou inspiração no episódio piloto de Digimon, que só nos foi apresentado como um prólogo em Digimon – O Filme, de 2000.
Tirando isso, a série buscou novos ares, atualizando a história para os tempos atuais, e juntando os digiescolhidos pouco a pouco. Com isso, podemos esperar personagens com mais camadas ainda do que visto anteriormente, sem falar que a experiência de cada um ao interagir com o Digimundo poderá ser diferente, já que teremos ela vivida de maneira individual e não em grupo. Outra coisa é que poderemos ter uma transição de mundos feita de maneira espontânea, com as crianças indo e voltando a hora que quiserem, e não no maior estilo Caverna do Dragão da série original, no qual elas vão parar em um local desconhecido e só querem descobrir uma maneira de voltar para casa.
Os episódios possuem transmissão simultânea todos os sábados, às 23h30, pela Crunchyroll.