Comic-con

Com ingressos esgotados, primeiro dia da CCXP19 reuniu fãs em busca das novidades da cultura pop

A abertura de portas da CCXP19 foi um momento de grande expectativa dos fãs que compareceram em peso e lotaram o maior festival de cultura pop do mundo. A quinta-feira, dia 5 de dezembro, contou com uma grande fila na frente do portão.

Quadrinhos, técnicas de desenho e homenagens marcam o Auditório Prime

O Auditório Prime, terceiro maior da CCXP19, recebeu o quadrinista gaúcho Rafael Albuquerque, desenhista exclusivo da DC Comics, para uma masterclass da técnica aguada, parecida com a aquarela, mas à base de água. O artista mostrou como desenhar o Batman, um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos. Em seguida, foi a vez de Laerte e Rafael Coutinho, dois dos mais respeitados artistas do país, subirem ao palco para conversar sobre a relação dos quadrinhos com a política. Num bate-papo descontraído, eles responderam perguntas sobre o papel do humor enquanto formador de opinião, como os memes falam sobre política e a participação das redes sociais no processo de inclusão. Depois de mais de uma hora de troca de ideias com a plateia, Laerte e Rafael deixaram o auditório aplaudidos de pé.

André Dahmer, um dos principais desenhistas do país e criador da tirinha Malvados, teve uma conversa cheia de humor com o público sobre como a internet está interferindo na sociedade. Depois, o músico Chorão foi homenageado em um dos momentos mais esperados, no bate-papo com João Gordo, Sarah Oliveira, Hugo Prata e Felipe Novaes sobre o filme “Chorão – Marginal Alado”. Eles contaram histórias do eterno vocalista da banda Charlie Brown Jr. e falaram sobre as emoções que sentiram durante as gravações.

Andreza Delgado, Leo Hwan, Jefferson Costa e Debs fecharam o dia no Auditório Prime conversando com o público sobre a representatividade em toda cultura pop. Os convidados falaram e responderam perguntas sobre preconceito contra negros, asiáticos e mulheres no universo geek.

Campeonatos universitários animam a Oi Game Arena na CCXP

Nesta quinta-feira, na Oi Game Arena, numa disputa individual, universitários da AAA Vulcano e da INSPER MadFox se enfrentaram em busca do título de campões do Clash Royale no TUES (Torneio Universitário de E-sports). O representante da AAA Vulcano, Randall, e o da INSPER MadFox, Hindenburg, fizeram um belíssimo confronto. Com uma disputa acirrada do começo ao fim, Randall se sagrou bicampeão de Clash Royale no TUES, por 2×1.

Já as disputas entre equipes começaram com o embate entre TECMACK – Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Universidade Positivo CAPYBARAS. Com seis representantes em cada time, alguns jogadores comentaram um pouco de sua experiência de jogar dentro da CCXP. Isabela Burrato, “Isinha”, como é conhecida a atleta do time da CAPYBARAS, relatou sobre o sentimento de estar competindo no evento. “Dá um friozinho na barriga pela quantidade de gente assistindo e o tamanho do palco. É uma experiência surreal”.

Na competição, o TECMACK derrotou o CAPYBARAS por 7×5 e 7×1 e se sagrou campeão do Rainbow Six Siege no TUES. Apesar da derrota, Eduardo Felisberto, o “Yuriza1” da CAPYBARAS, também falou sobre a chance de competir na CCXP19.

Na última competição da noite, League of Legends, o Falkol Storm, da UFABC, derrotou por 2×1 o DAEG Mackenzie e sagrou-se tricampeão da CCXP e hexacampeão da TUES.

Trajetória e novidades no Auditório Ultra

O auditório Ultra recebeu os quadrinistas do Stout Club que falaram sobre a trajetória do selo e a importância da HQ Mondo Estranho para eles. Entre os próximos projetos do grupo está uma parceria com a plataforma de streaming ComiXology para a produção de quatro títulos 100% feitos por brasileiros. Trabalhando com grandes nomes do cenário mundial como Grant Morrison e Mark Millar, o segundo a subir no palco foi Frank Quitely. Ele revisitou suas principais obras e comentou sobre a oportunidade de desenhar personagens da DC Comics. O artista ainda falou sobre sua nova série na Netflix, Jupiter’s Legacy.

Para fechar o dia, a dona das estátuas e colecionáveis mais cobiçadas da CCXP, a Iron Studios mostrou dioramas e comentou o processo de criação de peças que envolvem personagens da Marvel, Thundercats e Harry Potter. Em uma votação com o público para escolher qual será o colecionável produzido pela Iron Studios para a próxima edição da CCXP, os argumentos de um menino de nove anos definiram que Killer Croc, o Crocodilo inimigo do universo Batman da DC Comics, será o personagem trabalhado. A empresa apresentou ainda projetos envolvendo Mortal Kombat, God of War e Stan Lee.

Auditório Cinemark XD é um dos espaços mais disputados

A abertura do auditório Cinemark aconteceu de modo especial com a presença de Cao Hamburger falando sobre os 25 anos do Castelo Rá-Tim-Bum. Cao contou que foram produzidos dois programas antes de chegar ao formato final apresentado. Na época da estreia, houve a procura por canais internacionais querendo comprar os direitos globais da história criada, porém não houve negociação. Marcelo Forlani conduziu o painel resgatando vários momentos marcantes do programa, que faz parte da cultura pop nacional. O momento mais emocionante foi o clipe da música do banho, cantada pelo ratinho de stop-motion e acompanhada por todos os presentes.

Em um segundo momento, André Marques foi chamado para trocar de lugar com Forlani e apresentar o novo projeto de Cao Hamburger, a série A5 five – spin-off da temporada de 2017 de Malhação Viva as Diferenças, que estreará pela plataforma de streaming Globoplay. As protagonistas se juntaram aos dois no palco para explicar as diferenças entre os formatos de série e novela. A nova história se passa com um salto de seis anos na história original e já conta com 12 episódios gravados, com estreia para 2020 e uma segunda temporada já confirmada.

Os painéis Rei Leão: Dando Vida à Savana e Homem-Aranha: Desbravando o Aranhaverso trouxeram os incríveis Julien Bolbach e Pav Grochola, respectivamente, para falar sobre os efeitos visuais para a criação dessas duas superproduções. Bolbach, especialista em efeitos especiais disse que O Rei Leão só foi possível depois de aprimorarem várias técnicas de Mogli. Já Grochola, supervisor da divisão de animações da Sony, se orgulha das novas técnicas desenvolvidas para o Aranhaverso e pede que os fãs continuem apoiando iniciativas inovadoras.

Os painéis mostraram várias etapas da animação dos personagens, do cenário, bem como várias técnicas que foram criadas ao longo do processo, para a finalização dos filmes.

Takashi Shimizu, diretor que fez história nos filmes de terror com O Grito, participou de um painel de arrepiar. Shimizu dirigiu as versões originais japonesas do filme Ju-On (1 e 2), e contou que foi uma surpresa quando os produtores americanos o chamaram para dirigir a versão que fez sucesso mundial em 2004, ficando em primeiro lugar por duas semanas nos EUA. O diretor, que veio pela primeira vez ao Brasil, compartilhou, entre risadas, um fato pessoal curioso. Ele não consegue ver sangue e passa mal até ao fazer exames. Quando perguntado sobre como é seu processo criativo, Shimizu explicou que usa muito de seus medos de criança para se inspirar. Explicou que foi uma criança muito medrosa e começou a usar, em seus filmes, todas os pensamentos que o assustavam no seu imaginário.

O painel da Riot Games trouxe muitas novidades para os fãs de League of Legends. Depois de celebrar uma década do famoso jogo multiplayer, a empresa desenvolveu uma nova vertente chamada Riot Forge que, em parceria com vários produtores, está criando novos modos de jogar e explorar a aventura. O foco agora é lançar mais jogos single player e aumentar o storytelling para várias plataformas e contar a sequência da história, após todos esses anos.

Um dos painéis mais esperados desta quinta-feira foi o Batman 80 anos. A abertura da Banda Leela contou com as músicas tema do personagem por toda a história, enquanto imagens dos filmes, séries e desenhos mais marcantes passavam na tela. Foi um início espetacular para um painel importantíssimo, já que o Homem-Morcego é justamente o homenageado desta edição do festival. Neal Adams tomou conta da narrativa, trazendo muito de sua experiência e brilhantismo para a conversa. Rafael Grampá, que está produzindo uma nova história do Batman junto com o gênio Frank Miller, faz parte da atual geração de quadrinistas brasileiros que estão ganhando o cenário internacional. Mikel Janín, conhecido pela controversa história onde Batman “se casa” com Mulher-Gato, tentou definir o famoso herói como uma pessoa comprometida com sua promessa. “O Batman não pode ser feliz e ser Batman ao mesmo tempo”, declarou. Frank Quitely garante que, mesmo depois de 80 anos, sempre haverá um jeito novo de interpretar a história do herói. “Batman é um personagem que sempre vai existir”, finalizou.

O painel mais animado da quinta-feira foi, sem dúvidas, o da Warner. Aves de Rapina juntou as protagonistas e a diretora em uma conversa animada com Marimoon. A primeira frase que Margot Robbie resumiu o painel inteiro: “You guys are insane!” ou “Vocês são insanos!”, já que a animação demonstrada por todos, mesmo no fim do dia, foi enorme. A gritaria atingiu altos níveis quando a cena de abertura e um teaser exclusivos foram apresentados para o auditório lotado. Com o discurso forte de empoderamento feminino, o filme estreia no começo de 2020 e promete muita ação com atuações marcantes.

Foto: Diego Padilha

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *