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Colossal | Crítica

Anne Hathaway está de volta às telonas em Colossal, longa de Nacho Vigalondo (Crimes Temporais), que deve estrear dia 15 de junho em todo o Brasil. A premissa, como visto nos trailers, é que ela está ligada de alguma forma com um monstro gigante (tipo Godzilla, mas mais simpático). Como isso aconteceu e quais são as causas? Bem, são poréns que talvez fiquem no ar em função de um fenômeno maior. Dúvidas e mais alguns sentimentos virão também após a sessão. Depois de assistir Colossal, a sensação que se tem é “onde eles quiseram chegar com essa história?”. Exatamente. A produção mistura comédia, ação, aventura, drama, algumas lições de moral e até abuso. Toda essa mistura parece vivaz ao se vender um filme não é mesmo? Pois então, aqui não funciona muito bem. Onde eles quiseram chegar com essa história? Ainda estou me perguntando.

Vamos lá. Desde as primeiras cenas já vemos que está faltando alguma coisa ali. A introdução é apressada. Um monstro é visto em Seul, e assusta mãe e filha. Temos a apresentação da mocinha, Anne Hathaway no papel de Gloria, que por sinal, mantém o bom nível de suas atuações, e seu relacionamento conturbado com Tim (Dan Stevens, o Legião, da série da Fox). Ela é jogada para fora de casa, pois aparentemente passa o dia bebendo e sequer lembra o que fez durante o dia/noite. Gloria vai, novamente de forma bem apressada, ter que recomeçar a vida na antiga casa dos pais longe do agito de Nova Iorque. Ok, monstros, ok bebida, ok recomeço. Seguimos a trama.

No interior ela reencontra um antigo colega que a leva para trabalhar no bar que herdou da família. Mesmo com uma série de desastres e mancadas, ela começa seu trabalho de garçonete, ao mesmo tempo que o monstro de Seul retorna 25 anos depois de sua primeira aparição. Coincidência que isso aconteça justamente entre suas ressacas? Não. E por incrível que pareça, ela sabe disso, e sabe que tem esse dom de controlar o gigante que se materializa do outro lado do mundo. Ela teme que possa machucar alguém enquanto está bêbada. Ahá, aqui a metáfora de que nos tornamos verdadeiros monstros quando somos controlados pela bebida. Fechou? Não, quero acreditar que ainda faltou alguma coisa no caminho.

Mas Gloria, bebe, e bebe muito. A ponto de resolver mostrar aos novos amigos que é capaz de controlar um monstro gigante que está do outro lado do mundo. Por acidente, seu antigo colega entra na brincadeira de corpo (gigante) e tudo. O que parecia correr bem tem um revés e o antigo colega decide se voltar contra Gloria. O menino outrora bonzinho se revela, muito por ciúmes da moça, e tudo leva a crer que eles têm uma história antiga mal resolvida. Enfim, temos um embate cruzado, e não importa se isso possa custar a vida de alguns sul-coreanos. Medidas drásticas entram em campo e vemos Gloria tentar superar o álcool ao mesmo tempo que passa a ser agredida e perseguida. Mas não era um filme de comédia? Bem, também fiquei na dúvida. Porque nesse último arco do filme as coisas ficam um pouco pesadas e non-sense. Mas não de uma forma totalmente positiva.

Evidentemente, a jornada de Gloria, acaba por ser Gloriosa (se me permitem o trocadilho infame). E a metáfora de que podemos ser nossos próprios monstros e mesmo assim mudar de lugar e transformar o mundo em um lugar melhor, fluem assim, sem grande sucesso. Novamente, parece estar faltando alguma coisa a cada desfecho. E o final engraçadinho deixa aquela sensação que eu já mencionei: “Onde é que eles queriam chegar mesmo?”

Veredito da Vigilia

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