Batman Ninja, uma homenagem ao homem morcego e as produções japonesas | Crítica

Batman Ninja estreou em abril de 2018 deixando muita gente curiosa para ver como um herói ocidental e totalmente dependente de seus ‘apetrechos’ iria se virar no Japão Feudal.

Digamos que para responder essa pergunta, os criadores desse especial foram criativos – até demais – nessa produção, que é assinada pela DC Comics, Warner Bros. Animation e Warner Bros. Entertainment.

Tudo começa quando Batman e Mulher Gato estão enfrentando o Gorila Grodd, e acidentalmente a máquina do tempo do vilão manda nossos heróis para a Era Feudal. Ao chegar às terras nipônicas, o Vigilante de Gothan descobre que não foi apenas ele que chegou lá, mas também os piores vilões da sua ótima galeria: Coringa, Arlequina, Pinguim, Duas Caras, Exterminador, Bane e Era Venenosa. Auxiliado pela Mulher Gato, que aparentemente chegou bem antes de Batman àquela época, Bruce Wayne descobre que cada um de seus inimigos governa uma região do Japão, e que o objetivo de cada um é conquistar individualmente o país inteiro. 

A partir das inúmeras lutas que o filme traz entre Batman e os vilões, os mocinhos vão finalmente dando as caras e sabemos que o Morcegão não está sozinho nessa. Asa Noturna, Robin Vermelho, Capuz Vermelho, Robin e até mesmo o mordomo Alfred surgem para salvar o Japão das garras dos inimigos de Gothan City. 

Já que falamos no início do texto sobre as “viajadas” do roteiro, então vamos à elas. Um clã de ninjas aparece na trama, servindo como uma espécie de exército de Batman, já que eles acreditam que ele seja o shinobi de uma tal profecia. Eles serão fundamentais no decorrer do filme, uma vez que nosso herói vai perdendo um a um seus aparatos tecnológicos e agora conta com as boas e velhas armas e técnicas ninja, para salvar o dia. 

Mas para “realizar o serviço”, Batman terá que duelar contra todos os vilões de uma vez, já que cada um deles possui um castelo-robô, no maior estilo Maquinas Mortais, que mais tarde formam um Mega Zord! Isso mesmo que você leu, temos luta de robô gigante em Batman Ninja. 

Porém, isso tudo faz parte das inúmeras homenagens que o longa faz para as produções japonesas. Além de vermos Batman, seus aliados e adversários com um design baseado na Era Feudal Japonesa, também temos as referências a Gundam com os robôs gigantes e claro aos Super Sentais (que por aqui você conhece como Power Rangers) com o Mega Zord dos vilões. 

E temos também homenagens às produções ocidentais de Batman, como a clássica cena de Cavaleiros das Trevas (2008), quando o Coringa de Heath Ledger está pendurado de cabeça para baixo, sustentado por uma corda amarrada no pé. 

No entanto, talvez o único problema de Batman Ninja seja retratar o código do Homem Morcego (não matar nenhum inimigo) com ingenuidade. No filme vemos isso inúmeras vezes, como quando ele se alia ao Gorila Grodd (que também foi parar no passado) e ainda no meio do filme, no momento em que acredita que Coringa e Arlequina não vão mais cometer atrocidades devido a sua “perda de memória”. Aliás, nesse momento na história o traço da animação muda, para demonstrar que o Palhaço Sádico e sua companheira também mudaram. Contudo, quando vemos esse quadro voltar ao normal, temos de novamente o traço predominante no longa (uma mistura de computação gráfica com traço à lápis, e uma coloração que emula as HQs).

Batman Ninja se concentra mais na homenagem do que na história, deixando o seu terceiro ato um pouco longo demais (e mais exagerado ainda), desenvolvendo pouco os vários personagens que apresenta em menos de 1h30 de produção. Porém, diverte aqueles que são fãs das histórias do Homem Morcego e das produções orientais. O filme está disponível na Netflix e possui um visual belíssimo. Vale a pena conferir!