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Angústia e uma bonita homenagem em “Treze Vidas: O Resgate”

Exibido em alguns cinemas dos Estados Unidos durante uma semana, chega ao Prime Video na sexta-feira, dia 5 de agosto, Treze Vidas: O Resgate. A história recontada pelo diretor Ron Howard (Solo: Uma História Star Wars) nos remete aos fatos ocorridos em 2018 na Tailândia, quando, em meio à Copa do Mundo, um time de futebol infantil resolveu se aventurar em uma caverna. Depois de uma forte chuva, os meninos e seu técnico ficam reclusos e quase submersos dentro de uma espécie de covil subterrâneo, onde basicamente não tinham saída ou o que fazer para se salvarem. A história rodou o mundo, e agora virou uma competente obra conduzida pelo ganhador do Oscar por Uma Mente Brilhante. Junto dele, temos liderando a obra, que é um filme original da Amazon Studios, nomes conhecidos como Viggo Mortensen (O Senhor dos Anéis, Capitão Fantástico) e Colin Farrell (The Batman). Prepare-se para momentos bem angustiantes.

A palavra angústia resume bem a obra, embora podemos saber e relembrar em uma rápida consulta no Google como tudo aconteceu e acabou. O grande trunfo de Ron Howard e sua equipe é nos colocar dentro da ação e remontar momentos de muita tensão. Apesar de muito bem contada, a história pode ser um problema para quem sofre de claustrofobia, tamanha a precisão da câmera do diretor em nos colocar realmente dentro de espaços sufocantes e tomados pela água da chuva e córregos. Por outro lado, é também a forma de reconhecer a façanha de uma equipe que salvou treze vidas que, praticamente, tinham um destino cruel e quase irreparável à sua frente. Treze Vidas: O Resgate é um filme de agradecimento a todos que trabalharam por lá e uma homenagem àqueles que não tiveram o feliz destino da maioria dos garotos do time de futebol.

Ron Howard em Treze Vidas: O Resgate
Ron Howard no set Treze Vidas: O Resgate. Cred. Vince Valitutti / Metro Goldwyn Mayer Pictures

Para se ter uma ideia da façanha do resgate e da resistência dos envolvidos, vamos aos fatos: 1- foram quase 20 dias até que todos pudessem sair e 2-os experientes mergulhadores Rick Staton (Viggo Mortensen) e John Volanthen (Colin Farrell) e os demais envolvidos levavam até mais de sete horas para fazer um percurso apertado. Com cilindros nas costas e passando por estalactites e estalagmites, o desafio ficou ainda maior ao pensar em como tirar crianças de lá por todo um trajeto desgastante física e psicologicamente. As tomadas decisões eram arriscadas para médicos, bombeiros, mergulhadores e autoridades, afinal, o mundo todo estava lá gravando. Mais de 10 mil voluntários se envolveram no resgate, seja na busca ou no suporte de famílias e desviando fluxos de água que pudessem prejudicar ainda mais a situação. E claro, sempre pode ficar pior: a época era de chuvas e pessoas perderam suas vidas em todo o trâmite.

Treze Vidas e a comunidade tailandesa envolvida no resgate
Pattrakorn Tungsupakul é Namhom. Em Treze Vidas vemos o envolvimento da comunidade inteira pelo resgate dos garotos. Cred.: Vince Valitutti

Com duas horas e meia de duração, o sentimento de angústia e clausura pode ficar ainda mais evidente. Apesar disso, o tom de urgência e preocupação passado em tela é marcante, e realmente nos prende na cadeira, por mais spoilers que a vida já tenha nos passado. O ato de contar grandes histórias e grandes tragédias reais sempre possibilitará à sétima arte obras como essa. Felizmente, nas mãos das pessoas certas, e por mais chapa-branca que possa parecer, Treze Vidas: O Resgate faz um bonito trabalho de homenagem, sem esquecer das raízes e do povo envolvido. 

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