A Queda: proibido para acrofóbicos
Tem medo de altura? Bom, então talvez “A Queda” (Fall, 2022) não seja a melhor escolha na hora do cinema com pipoca. O filme, que chega aos cinemas brasileiros no dia 29 de setembro, é uma mistura de adrenalina com tensão que é, como diria Galvão Bueno, um verdadeiro “teste para cardíaco”. Não é exagero e não é brincadeira. Mesmo não conferindo na telona, o filme dirigido por Scott Mann (O Sequestro do Ônibus 657) me fez contorcer na poltrona e quase hiperventilar.
Obviamente isso não quer dizer que estamos diante do grande filme de 2022, mas é o clássico passatempo competente, com deslizes aqui e ali, e com ótimas ideias, também aqui e ali, E entre acertos e defeitos, A Queda nos faz sempre esperar pelo momento em que possamos ter um respiro antes do próprio susto ou momento de agonia.
Basicamente o filme conta a história de duas amigas que resolvem subir uma antena de 600 metros no meio do nada. E lá, elas vão ficar o filme inteiro, pois alguns incidentes vão deixar as semi-escaladoras encurraladas. Lembra de Águas Rasas, quando a personagem de Blake Lively fica presa em uma área de 200 metros e precisa voltar para a margem desviando de um tubarão? Pois “A Queda” traz algo parecido. Troque a grande faixa de água e areia por uma grade com menos de um metro quadrado com duas pessoas em cima. E claro, também não temos tubarão por aqui.
A ideia a todo o momento é nos tirar o fôlego, o que Scott Mann, que também assina o roteiro ao lado de Jonathan Frank, faz com extrema competência. E o título precisa ser levado a sério. Eu particularmente tenho um grande “receio” de subir em lugares altos sem qualquer tipo de grade. Tem gente que gosta, eu até passo certa vergonha. Então, multiplique essa sensação pelo número do seu RG.
Apesar de a história pecar em alguns aspectos – ela faz o que lhe convém para que tenhamos os sustos – dá pra conferir sem se ofender. Tudo começa após um acidente mortal em uma escalada. Becky (Grace Caroline Currey, de Shazam!) perde o marido Dan (Mason Gooding) e Hunter (Virginia Gardner da séries Fugitivos) volta para sua vida para que ela finalmente vença o trauma e saia do luto. E como fazer isso? Pois é, em outra escalada. Talvez não seja a melhor ideia, ou ainda, ela pudesse ser melhor trabalhada. Outra coisa que você vai precisar “passar o pano” é o combo de escaladoras sem o role de physique e também com equipamentos bem patéticos. Além das duas principais, ainda temos uma ponta do conhecido Jeffrey Dean Morgan (Rampage, The Walking Dead).
Para quem gosta de sustos e momentos de grande angústia, A Queda é o filme perfeito. Scott Mann entrega todos esses elementos e até consegue nos surpreender consertando momentos que poderíamos facilmente torcer o nariz, inclusive com pitadas de terror que são bem coerentes.
A Queda pode até passar despercebido pelo grande público, mas é um filme curto, direto e reto. O tipo de entretenimento legal de se acompanhar (sem muita pretensão), e que mesmo com seus deslizes e até um final que não é lá tão satisfatório, não será tempo perdido. Respire fundo e boa sessão!