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A Morte te dá parabéns 2: multiversos e a nova franquia do terror

Em 2017 chegou aos cinemas A Morte Te Dá Parabéns. O filme mais do que surpreendeu, e claro, tudo que é sucesso volta. Mas será que a ideia que já não era lá tão original – culpa do clássico O Feitiço do Tempo (1993) – poderia ser tão marcante quanto o filme de estreia que já trazia uma fórmula pronta? A resposta é positiva, e para vários lados, linhas temporais, multiversos e todo tipo de esquizofrenia que um filme que mistura terror trash com viagem no tempo sem vergonha alguma de ser feliz pode nos trazer. Separe a pipoca e reúna os amigos. Você tem compromisso marcado com A Morte te dá Parabéns 2, que estreia dia 21 de fevereiro.

E como todo o grande sucesso do cinema hoje em dia, vale lembrar que A Morte te Dá Parabéns é inspirado em personagens de Scott Lobdell, que não por acaso, é um grande escritor de histórias em quadrinhos. De forma direta ou indireta, os quadrinhos continuam gerando bons filmes.

Mas vamos lá, se o principal obstáculo – o de manter o nível de estreia – foi superado, o que podemos esperar dessa sequência? A primeira coisa que podemos dizer é que o diretor Christopher Landon prega várias pequenas peças durante o filme. A primeira é como ele começa, com todo o cenário que já vimos no primeiro sendo remontada a partir do personagem Ryan (Phi Vu), que inicia o novo looping temporal. Tree (Jessica Rothe) e Carter (Israel Broussard) também estão de volta, além de sermos apresentados aos novos amigos da turma. Afinal, temos também uma explicação para todas essas loucuras de viagens no tempo. Ao contrário do que Tree parecia acreditar, não foi um motivo cósmico que a fazia especial de alguma forma, mas sim um experimento de Ryan e seus colegas de engenharia Samar (Saraj Sharma) e Dre (Sarah Yarkin) na faculdade que criou toda a ‘engronha’. E o legal é que isso acaba entrando e explicando algumas quedas de luz que já estavam no primeiro filme. Outro ponto importante: quem não assistiu ao primeiro pode ir tranquilo para a sequência, pois em rápidas cenas temos todo o contexto explicado.

A Turma Toda: Carter, Ryan, Dre, Samar e Tree

A Morte te Dá Parabéns 2 consegue transcender a ideia do primeiro filme e isso fica exposto desde os créditos iniciais com o logotipo da Universal Pictures. Se antes ele voltava e repetia, agora ele se divide em três. E é exatamente o que temos. Landon conseguiu mesclar a ideia de reviver o mesmo dia, aprender com os erros, apresentar novos personagens, resgatar antigos (quase todo o elenco do primeiro retorna, até mesmo quem só fazia pequenas pontas) criar camadas afetivas e ainda dar uma nova importância aos aprendizados de Tree. Isso porque o fatídico almoço de aniversário da protagonista traz um componente inesperado. Na nova realidade temporal, sua mãe está viva. E claro, no meio disso tudo, ela ainda consegue se divertir com a própria morte. Mas, tudo tem um limite, até mesmo a saúde de quem morre todos os dias.

Bom dia! Afinal, quem não acordaria assim “revivendo” todos os dias?

A linha cheia de nós da história vai se soltando aos poucos, e ainda assim surpreendendo. Fique atento aos detalhes, a cena mais boba possível ainda pode ter um ingrediente importante para ser usado no futuro. E quando você achar que não pode mais haver algum tipo de reviravolta em tudo que já aconteceu (o filme é realmente bem movimentado)… bingo! Mais um plot-twist vai estourar na sua cara.

A máscara de bebê também está de volta, e claro, temos mortes!

Com um orçamento mais generoso, deu pra ver também que a produção subiu. Embora algum ou outro efeito especial possa soar meio canalha, você verá que as cenas envolvendo o Reator Sísifo de Resfriamento Quântico (SISSY) – que nome legal né, parece bem importante! – são realmente caprichadas. E como filme de toda franquia do cinema que quer ser respeitada, você terá que esperar pela cena pós-créditos para entender que A Morte te Dá Parabéns pode muito bem ser uma trilogia. Depois da prova de criatividade que foi A Morte te dá Parabéns 2 e com o baú da ‘trasheira’ aberto, o céu já não é mais o limite!

A Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia

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