Emicida: AmarElo – Ao vivo prova que a música conscientiza
Depois de lançar em dezembro de 2020, o documentário Emicida: Amarelo – É Tudo Pra Ontem (relembre nossa crítica e nossa coluna de opinião), agora o rapper brasileiro, em parceria com a Netflix, traz Emicida: AmarElo – Ao Vivo, com todas as canções vistas no documentário e a adição de outros sucessos que estavam presentes em 2019, na gravação do show que ocorreu no Theatro Municipal, em São Paulo.
Com as canções do álbum AmarElo como base do show, Emicida consegue provar que mesmo em uma apresentação, é possível transmitir uma mensagem de conscientização para o público. As pausas que eram feitas durante o espetáculo eram para lembrar de como o povo preto sofreu durante séculos e de como isso ainda está presente na cultura brasileira e mundial. Exemplo disso é o próprio Theatro Municipal, que foi construído por mãos negras e que serviu de palco para uma represália sofrida pelo Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, durante a Ditadura Militar. Após esse discurso emocionante, Emicida puxa a canção Pantera Negra.
Outros momentos que merecem destaque são seu discurso sobre a alma dos negros, pouco antes do cantor interpretar a canção Principia, e também as suas fortes mensagens, que mexeram com o público na sequência de Ismália e Levanta e Anda.
Obviamente o ápice do show é quando vemos Majur e Pabllo Vittar participarem da música que dá nome ao álbum e toda essa turnê, AmarElo. Utilizando como base Sujeito de Sorte, do saudoso Belchior, a energia foi tanta que parecia realmente pintar tudo de amarelo.
O cenário, iluminação, a ótima banda e os takes de câmera, que em vários momentos acompanham o ritmo das músicas, faz esse show presente no streaming, ser literalmente, um espetáculo à parte.
Emicida: AmarElo – Ao Vivo é uma boa maneira de relembrar o documentário lançado em 2020, bem como de apreciar de maneira mais intensa as letras deste artista, que já se tornou referência no rap nacional há muito tempo. A rua é nóiz!