A salvação de Lucifer e o poder dos fãs | Crítica
Após ser cancelada pela Fox, os fãs da série Lucifer mostraram seu poder mais uma vez. E coube a Netflix embarcar de vez na campanha das pobres almas orfãs da produção que retrata a vida de detetive do Rei do Inferno.
Os acontecimentos da quarta temporada de Lucifer se passam logo após a morte de Caim, e retratam como Chloe Decker (Lauren German) está lidando com o fato de ter visto a verdadeira face de Morningstar (Tom Ellis).
Logo de cara podemos ver que Lucifer não está lidando bem com a ausência da detetive, que desapareceu após a revelação. Claramente levando os dias “em uma dieta do Diabo” (com o perdão do trocadilho), o personagem principal literalmente se afoga em suas mágoas. Ver esse Lucifer é justamente o que faz os fãs se conectarem com a série: mostrar o próprio demônio como um ser com frustrações e traumas “humanos”.
Com 10 episódios, a quarta temporada, a primeira na Netflix, consegue nos apresentar diversos dilemas e pequenas tramas, além de introduzir novos personagens. Tudo isso faz com que a história não fique enjoativa. E na nova temporada, cair para o lado de profecias e apocalipses, o que poderia ser “mais do mesmo”, acabou dando certo.
Vamos por partes
Introduzir profecias sempre é uma boa forma de fazer a história se mover, seguir para um rumo bem definido. Com Chloe tentando lidar com a verdadeira face de Lucifer, ela acaba em uma viagem a Roma, não por acaso, a cidade do catolicismo. Lá ela pesquisa sobre os atos do demônio citados pela bíblia, e recebe então, a missão de mandar Lucifer de volta para o Inferno. Impactante.
Temos também, a aparição de uma nova personagem na história: Eva (Inbar Lavi). Apesar dos acontecimentos nos direcionarem a perceber que ela poderia ser uma vilã, o decorrer da história nos mostra que ela é apenas uma baladeira, cansada da “mesmice” e ainda grata por Lucifer a ter salvo no Jardim.
Como se não bastasse, mais dois arcos são criados durante a temporada. A doutora Linda Martin (Rachael Harris) está GRÁVIDA de um ser celestial (não vou contar, vou deixar o suspense para você, meu caro amigo leitor). Uma criança que pode abalar os pilares do mundo, por ser o primeiro híbrido da história.
Com tanta coisa acontecendo, e apenas dez episódios, é de se pensar que as coisas seriam corridas, ou que soluções muito óbvias fossem criadas. Porém, o desenrolar da história mantém o fluxo das temporadas anteriores, conseguindo alternar entre o humor e tensão, quase beirando o drama. Mesmo tendo um final que pode ser considerado o definitivo, a série abre vários arcos que, caso a Netflix queira, pode muito bem surgir uma quinta temporada. Afinal, não é todos os dias que o próprio Diabo resolve virar um detetive em Los Angeles, não é mesmo?
A Vigília Recomenda!