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7SEEDS | Crítica da 1ª temporada

O anime original Netflix 7SEEDS, inicialmente previsto para abril, estreou em junho na plataforma, sem qualquer justificativa pelo atraso.

Logo de cara, ao assistir a animação baseada no mangá da autora Yumi Tamura e publicado na revista Flowers de outubro de 2001 a maio de 2017, você pode acreditar que esse atraso possa ser em virtude de uma produção mal organizada. A começar pelo traço, muito aquém de qualquer anime atual. Por mais que ele seja bem similar ao do mangá, nas páginas ele parece funcionar melhor do que na tela (e algumas técnicas, como os fios soltos de cabelo, como se a pessoa estivesse descabelada, não ficaram agradáveis aos olhos).

O traço do anime não é um dos pontos fortes

Outro detalhe é o enredo que demora a engrenar e acaba com um gancho para próxima temporada de um jeito abrupto (se tivesse encerrado uma cena antes, ficaria melhor resolvido). O anime 7SEEDS foi feito pelo estúdio Gonzo (Hellsing, Afro Samurai) e teve como diretor Yukio Takahashi (diretor do episódio 6 de 18if) e o design de personagens sob responsabilidade de Youko Satou (Kakuriyo no Yadomeshi).

Bom, até agora só pontos negativos, porém, vamos tentar organizar um panorama sobre o enredo.

Em 7SEEDS temos a história de um planeta (quase) completamente dizimado por um meteorito, onde o Governo coloca em prática o plano 7SEEDS, separando cinco grupos de sete pessoas selecionadas, homens e mulheres, congelando seus corpos para uma tentativa de preservação da vida humana. O problema é que quando essas pessoas acordam, se deparam com um mundo hostil e precisam arranjar alguma forma de sobreviver.

Os dinossauros voltaram a existir no futuro de 7SEEDS

Como toda história de sobrevivência, temos os humanos como o principal obstáculo para lidar com essa nova realidade, sendo eles o mais difícil de enfrentar. Mais até mesmo do que a falta de comida, doenças ou os animais selvagens. Nessa tentativa de demonstrar diferentes personalidades, escolhidas propositalmente para o sucesso do programa 7SEEDS, o anime acaba tornando todos eles caricatos demais, deixando as situações pouco naturais (quem é mal é MUITO mal e quem é corajoso é MUITO corajoso, por exemplo). Uma pena que apenas da metade para o final essas tais personalidades são melhor exploradas, deixando – finalmente – a trama mais interessante de acompanhar.

O que você levaria em seu kit sobrevivência?

Claro, ninguém quer tudo mastigadinho desde o início, mas 7SEEDS infelizmente é um anime que exigirá persistência de seus espectadores. Os primeiros episódios são pouco instigantes, assim como os grupos apresentados, não fazendo você torcer por ninguém.

Outra característica que poderá tirar aqueles que estão assistindo o anime da história, dificultando um pouco a imersão ou afeição na trama, são as referências pouco universais. São citadas várias vezes situações, locais, festividades e peculiaridades que somente um japonês ou alguém que mora naquele país entenderia. Para um anime exibido mundialmente pela Netflix isso pode ser um tiro no pé.

Depois de 15 anos essa barba cresceu pouco, não é?

No final das contas, a intenção de 7SEEDS é boa, fazendo uma analogia com as habilidades de cada um dos escolhidos com momentos de sobrevivência na floresta. Além disso, o foco do anime é mostrar como na sociedade pessoas que não se destacam em algum área específica, ou que não são “treinadas” o suficiente são excluídas pelos demais. Em um mundo tão competitivo, a lei do mais forte parece prevalecer, usando os mais fracos como degraus para chegar ao topo. Porém, a série demonstra que ser humano é bem mais do que isso, e as virtudes, por mais que estejam fora de moda, ainda valem a pena serem cultivadas.

Veredito da Vigilia



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