Rogue One – depois do barulho
Como falamos anteriormente, Rogue One: Uma história Star Wars é mais um toque de midas da Disney junto a Lucasfilm. O filme que conta como a Aliança Rebelde consegue buscar os planos de destruição da Estrela da Morte, dando vazão à trilogia clássica de George Lucas, vem recebendo elogios por todos os lados. O belo filme de ação feito por Gareth Edwards é uma lição de como trabalhar uma franquia de sucesso. Porém, com a estreia desse bom filme fomos também lançados a uma enxurrada de exageros. Muita gente já cravou “É o melhor Star Wars”. Mas passado o êxtase inicial, lançamos o desafio: Rogue One é mesmo o melhor Star Wars?
A resposta que chegamos é um pouco óbvia, mas vamos deixar claro. Não é. Nada existiria, e nem poderia, sem as trilogias originais e a trilogia da prequência. Portanto, o buzz gerado pelo filme pode ser considerado um descomedimento, um abuso. Vamos enumerar alguns desses pontos para ver se você concorda com o raciocínio.
1- Elenco é bom, mas compramos mesmo esse grupo?
Por mais que um grupo de rebeldes contra o Império sempre seja uma boa premissa, vamos ponderar. A excêntrica e diversificada trupe cumpre sua função, mas não tem grande apelo. Não chegamos a nos importar tanto com eles, sequer a protagonista Jyn Erso (Felicity Jones), embora ela cresça no final. A dupla Chirrut Imwe (Donnie Yen) e Baze Malbus (Jiang Wen) seria bem legal, se não ficassem repetindo o mantra da força tantas vezes e se o espírito do Demolidor não fosse tão ampliado (ou o cara é Jedi, mas não querem dizer?). Mas, o mais importante é que não pegamos qualquer apreço a eles, incluindo aí Cassian Andor (Diego Luna), Bhodi Rook (Riz Ahmed) e até mesmo o droid K-2SO (Alan Tudyk). O lado bom é que ninguém se importa que eles sejam dizimados pela Estrela da Morte, talvez se houvesse mais tempo de tela…
2- Um filme de Fan Service
Rogue One é um filme inteiro feito com referências, cânone, enquadramentos e recursos de Star Wars. E isso é ótimo. Mas nem só de Fan Service se faz um filme. Afinal, as melhores cenas acabam sendo protagonizadas quando temos mais daquilo que tornou a franquia o que é. Tire as cenas com R2-D2, C3PO, Darth Vader e princesa Leia. Será que teríamos a mesma sensação após o filme? Será que 10 minutos do melhor de Star Wars é o suficiente fazer o “melhor Star Wars”?
3- Perderam algumas oportunidades
Já que mostraram algumas coisas, porque só ficar no gostinho? Por que não esbaldar a plateia com Darth Vader saindo de sua banheira? Por que não dar a ele uma cena tão aterrorizante que durasse pelo menos alguns minutos a mais (foi muito rápido)? Já que é pra mostrar o lado negro da força…
4- Tudo ficou amarrado
Esse é um aspecto positivo. Não veremos mais essa questão, que ficou muito bem amarrada em toda a história, dando o gancho certeiro para Star Wars IV: Uma Nova Esperança. Um roteiro sem tantas pontas soltas é sempre um acerto.
5- Wookies!
Podiam ter colocado os bichinhos por lá, né? Quem sabe no lugar do Baze Malbus? Desta vez os alienígenas ficaram só por detrás dos comandos das espaçonaves.
6- Um verdadeiro esquadrão suicida
David Ayer ficou com inveja, e poderá tirar umas ideias com Gareth Edwards. Até porque se o Esquadrão Suicida de Ayer tivesse o final que os amigos de Rogue One tiveram ninguém se importaria.
7- O grande final
Apesar de todos esses pesares que elencamos, o filme deixa os amantes de Star Wars, e até quem não é tão fã da saga, sair com um sorrisão do cinema. Infelizmente, a parte mais legal de Rogue One está justamente nos últimos 10 ou 20 minutos. É no finalzinho que vemos embates, Darth Vader atacando todo mundo com seu sabre de luz, a esperança e tudo mais. Se o filme desse mais espaço para embates como esses, por exemplo (e menos batalhas de naves, que apesar de mais brutas, ainda dão aquele soninho), sairíamos muito mais satisfeitos. A competência do longa é utilizar o cânone a seu favor, encantando a todos no final.